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5 de julho de 2012

As esquinas de Praga


Sabe, tem dias em que a gente se pergunta: para onde foi tudo aquilo que foi dito?
Tem dias que vemos as coisas de uma forma diferente e pensamos que se tudo fosse previsível seria tudo muito chato!
As vezes o que nos incomoda é justamente o que pode misteriosamente ser o mais legal.

Na perda daquilo que gostamos o que as vezes fica nem sempre é o que gostaríamos que permanecesse e o que vai embora é justamente o que precisamos que fique.
Pode ser a coisa mais simples de tudo, pode ser até mesmo, um erro, uma dúvida que sempre esteve lá, o que nessas horas se sente é falta da falta do que ficou para nunca mais voltar.

Pode ser uma noite de inverno onde o vinho possa nos esquentar, um filme repetido que no fundo não vale a pena reprisar, uma noite sem Lua com uma música em um sofá, ou quem sabe, um simples despertar.

E isso pode até machucar, mas não se deve deixar que isso venha a prejudicar. Pois na grande besteira que essas palavras possam até representar ainda existe um pouco de gostar, não da dor que se sente mas do que pode um dia ficar.

Nesse paradoxo que se cria tudo faz sentido quando se entende que numa noite qualquer na multidão foi o impossível que tornou viável o encontro imprevisível que agora se tenta consertar. Na loucura disso tudo o que deixa triste não é o que se pode com os dedos tocar mas aquelas coisas que somente quem tem um calendário próprio pode avaliar.

No meio de tudo isso o que não se entende é o que vai marcar, a quem explicar o 22 que ninguém vai notar? só posso esperar que um dia em algum lugar 29 de Fevereiro possa para alguém marcar, essa mistura de números é uma das poucas coisas que não se precisa preocupar pois em algum lugar a matemática vai solucionar. 

Vale mesmo a pena nisso tudo falar?  será que em algum momento tudo pode voltar? ou esse paradoxo só acontece uma vez no impossível das coisas para nos marcar? no fundo talvez ainda conte que o verdadeiro paradoxo de verdade seja uma tarde de um dia qualquer quando em uma esquina fria de Praga eu sinta um cheiro de manga no ar.