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16 de outubro de 2010

Só uma carta...

Praça do Lido, Copacabana, Rio de Janeiro, um dia desses...


Eu quero escrever uma carta de amor! Dessas que ficam rasuradas e riscadas com palavras soltas e meio sem sentido mas que nas entre linhas esconda tudo o que gostaria de dizer, pode ser em algum envelope de carta, num pedaço de papel, no verso de uma folha de revista ou na primeira página do jornal de ontem...


Que seja triste ou alegre, que venha com meus erros de português ou que seja somente a tradução de alguma música. Que nas palavras usadas você me reconheça, que seja longa ou curta, chata ou engraçada, que tenha meu cheiro ou cheiro de tinta, que seja mentirosa mas franca nos sentimentos.


Que somente seja entendida por você, que chegue na sua casa via sedex ou por baixo da sua porta, escondida no meio de suas contas ou das suas coisas, pode ser brega ou piegas, eu não me importo! Que seja colorida ou a lápis, se for suja de borracha melhor!


Quero fazer com que esta carta te apanhe de surpresa! Que contenha um poema medíocre, que no meio das palavras contenha seu nome escondido, que force no seu rosto aquele sorriso encabulado, que seja selada e endereçada ao apelido que só você sabe que eu sei que você tem.


Que nessa carta eu te conte meus segredos ou fale sobre você, que cada tópico contenha um detalhe seu que você nem sabia que eu havia notado, que tenha a marca da pata da minha gata como assinatura ou que seja assinada por um outro nome que não o meu.


Que venha molhada de chuva, manchada e amassada, que seja um plágio de nossa história ou de outra qualquer, que seja entregue a você no meio de uma reunião ou por algum amigo meu que você não conhece, que seja embrulhada no meio de pétalas de rosa ou em plastico bolha.


Que essa carta seja um mapa de onde me encontrar, que contenha desenhos mal feitos nos representando, que seja sobre qualquer coisa menos sobre a gente. Que seja erótica ao ponto de te deixar vermelha, que seja uma carta de bom dia, ou boa noite! Que te faça a mulher mais feliz do mundo ou que pelo menos te deixe com aquele sorriso bobo o dia inteiro.


Quero também que ao terminar de ler você rasgue! Que jogue ao vento as palavras, que você deixe a carta em algum banco de praça para manter a ilusão que em algum lugar uma outra mulher vai morrer de inveja e curiosidade de você! Que você no fim de nosso amor jogue-a no lixo no meio da sujeira como só mais um pedaço de papel, mas que mesmo assim você fique da janela vendo o lixo ser levado embora, assim como quem não quer nada.


Eu hoje quero escrever uma carta de amor! !